quarta-feira, 24 de março de 2010

Visitas ilustres!

Visita aos Equipamentos Sociais de Campia




Foi na tarde de 5 de Março que abrimos as nossas portas aos alunos do 1º Ciclio do Agrupamento de Escolas de Campia!


Curiosos e participantes, visitaram entidades como a Secção de Campia dos Bombeiros Voluntários de Vouzela e a Extensão de Saúde de Campia, e fizeram, por isso, paragem obrigatória no Centro Social de Campia!


Numa visita de estudo improvisada, conheceram a sala de convívio, a cozinha e a lavandaria das nossas instalações, ao mesmo tempo que lhes eram explicados as funções e propósitos de cada espaço, equipamento, processo e tarefa.
Se muitos conheciam os serviços mais visíveis prestados pelo CSC, outros desconheciam o apoio e acompanhamento social que é desenvolvido junto dos utentes e familiares do CSC.
Explicar a realidade da terceira idade a crianças com 5 e 8 anos pode ser uma vantagem!
Sem recurso a termos técnicos, temos as comparações e os exemplos mais simples para nos ajudarem. Cada uma destas crianças conhece um ou outro casos de pessoas mais velhas que estão isoladas - por incapacidade física, abandono familiar, afastamento consciente e/ou involuntário da comunidade em que se inserem - sem que tenham, ainda assim, verdadeira consciência, que o apoio a essas pessoas pode passar por uma simples conversa, por uma visita breve mas plena de significado para quem a recebe.
Acreditamos que a lembrança, o relevar do poder de acção e mudança que existe em cada um é, por si só, uma semente para um futuro de encontros intergeracionais risonho.
Numa idade em que a utopia ainda é possível e de fácil alcance, importa encorajá-los a depositar esperanças na sua capacidade de alterar realidades menos favorecidas ao seu redor.
Se de todas as crianças que nos visitaram, uma delas ainda se lembrar dentro de 10 anos do que foi dito e é feito pela nossa equipa todos os dias junto dos mais idosos, saberemos que demos um pequeno mas importante contributo para a formação daquela criança.
A responsabilização social, a incontornável questão da cidadania - aquela que não poderemos permitir que se desintegre num cliché - está ao alcance de experiências como esta.

Dia dos Namorados na EBI de Campia - O amor acontece.

O amor acontece.....


A evolução conceptual do amor, o contraste de experiências e perspectivas, são factos imediatos no momento de ouvir jovens e idosos a falar sobre o namoro ou o amor.

O trabalho que se constrói já com alguma regularidade em parceria com a EBI de Campia, levou-nos a pensar o Dia dos Namorados de outra maneira, e a desenvolver uma actividade que resultásse num encontro de concepções geracionais do amor. No reconhecimento da realidade de cada geração.


Em jeito de reportagem, fomos, por isso, ouvir o que os utentes do CSC tinham a dizer sobre o namoro de antigamente - o próprio e no geral. É clara a alteração de valores que se deu desde a geração deles até à geração mais jovem - o conservadorismo, a posição da mulher na sociedade, a ligação do povo com a Igreja e os seus valores (elementos caracterizadores das gerações mais antigas) opõem-se, à partida, à liberdade na demonstração de afectos e à vivência de uma sexualidade activa reconhecida como natural nos jovens de hoje em dia.


Curiosamente, ao invés de um discurso que, dir-se-ia, de "velhos do Restelo", fomos confrontados com uma visão clara e sincera daquilo que foi o namoro de antigamente. Relatando as suas aventuras e (des)gostos de juventude, foi por eles que confirmámos que de facto, tudo o que hoje em dia acontece em torno de uma relação amorosa, também se dava à altura, ainda que escondido dos olhares e juízos da sociedade.

Com as lembranças à flor da pele sorriram, entreolharam-se, reviveram. Já sem o véu do puritanismo que tantas vezes lhes é emprestado pelos estereótipos de todos, francamente confessaram os seus amores.
Numa curta-metragem improvisada, partilharam cartas, histórias e segredos de amor.
E com a mesma franqueza com que falaram, assim criaram uma generosa dádiva para as gerações mais jovens - ecos de paixões sem rugas.
Regresso à Escola....
Foi no dia 12 de Fevereiro pelas 12h30 que, na EBI de Campia, reunimos três dos casais entrevistados, para passarem um dia diferente.
A recepção dos utentes do CSC ficou a cargo do Clube de Música da EBI de Campia que, já instalado todo o grupo na Biblioteca da Escola, deram início a um pequeno e divinal concerto repleto de temas subordinados ao Dia dos Namorados!
Dirigidos pelo Prof.Bruno (docente responsável pelo Clube de Música) e apoiados pelo Prof.João Nuno com a guitarra e voz, os alunos abrilhantaram o fim da manhã dos nossos utentes.
Afinal de contas, apenas o início de uma tarde bem passada.
Seguiu-se, então, o almoço na própria cantina da escola. Julgamos não haver por certo maneira de corresponder ao caloroso acolhimento por parte de todas as auxiliares de cozinha, incansáveis no que tocou à garantia do conforto de todos.
A elas, o nosso enormíssimo obrigada pelo humanismo que demonstraram no desempenho das suas funções!
Os filmes da nossa vida...
Já de volta à biblioteca, os utentes puderam assistir ao filme protagonizado por eles mesmos. Puderam rir sem contenção com os comentários que iam sussurando uns aos outros enquanto se viam na grande tela, qual actores de filme romântico.
Para todos os presentes, foi este o momento mais alto do dia, pleno de uma significância pessoal inenarrável.
Em seguida, assistiram ao filme "Aldeia da Roupa Branca", que muitas memórias e melodias trouxe até àquela sala. A animação e quase agitação tomou conta dos nossos utentes, que batiam palmas e cantarolavam a melodia sem engano possível!
Entretanto, no exterior, já se ouviam os bombos, que assinalavam o início do desfile de Carnaval da EBI de Campia!

Foram a chuva e o frio, as razões pelas quais o desfile se realizou no Pavilhão de Ginástica da escola, o que não causou menor entusiasmo entre os participantes. Entre alunos, docentes e não docentes da EBI de Campia, o desfile decorreu dentro de todo o aparato desejável no Carnaval!
Uma das últimas surpresas destinada aos nossos utentes, foi precisamente o convite para que um deles integrásse o júri que presidia ao desfile!Orgulhoso, o Sr. Joaquim pontuou os modelos carnavalescos!




O amor aconteceu....

Nem sempre lhe chamam amor. Quase sempre destino, ligação, proximidade, amizade, compromisso, respeito.
O que levou os utentes até àquela escola não terá sido tanto uma actividade planeada entre docentes e técnica, mas algo muito mais pessoal.
O facto de saberem que naquele exacto dia, a história de amor que vive nas recordações de cada um, seria ouvida e relevada por muitos. Pelos mais novos acima de tudo, por esses que construírão as suas próprias histórias de amor.
O facto de existir a possibilidade de contar a alguém algo aparentemente tão distante como a contenção, a cortesia, os ritmos e rituais de cumprimento obrigatório nos namoros de outrora.

Porque cada um e cada história de amor foi importante, o Dia dos Namorados fez-lhes, no fim do dia, sentido.


Por isto e por tudo o resto,


A todos os docentes, alunos e não docentes envolvidos na organização desta actividade, o nosso caloroso obrigado pelos esforços envidados no generoso acolhimento dos elementos do CSC na vossa escola!